Saturday, January 2, 2016

Torta de Aceite is not Oil Cake

Oil Cake – esta denominação encontrei impressa numa embalagem deste delicioso petisco, comercializado pela cadeia de El Corte Inglês; como tradução merece uma „torta“, noutro sentido da palavra espanhola.
O meu desconforto encontra aliados em vozes que dizem: “The literal translation is ‘oil cakes’ but that doesn’t sound as good as the Spanish original” [identidade blog: eatproperly]
Surpreendentemente, Lisa & Tony Sierra, autodenominados “Spanish Food Experts”, não ficam incomodados pela denominação “Spanish oil cake”, utilizando-o com naturalidade no blog about food
Na verdade, não se pode falar de tradução ‘literal’: o que é decisivo é o uso tradicional do conceito oil cake como alternativa de press cake para denominar um resíduo resultante de um processo de extração que por sua vez tem utilização sobretudo na alimentação animal:

“A press cake or oil cake is the solids remaining after pressing something to extract the liquids. Their most common use is in animal feed” é a definição Wikipedia (compartilhada pelo Free Dictionary by Farlex) que remete para a entrada “oil cake” da Encyclopædia Britannica: coarse residue obtained after oil is removed from various oilseeds, rich in protein and minerals and valuable as poultry and other animal feed.

É elucidativo que a citada definição Wikipedia em inglês não corresponde a torta de aceite em espanhol, mas sim a turtó ou torta de prensa:
“Los turtós o tortas de prensa (del francéstorteau / tourteaux, en inglés genéricamente se llaman press cake u oil cake) son los residuos sólidos obtenidos tras la extracción del aceite de las semillas o los frutos oleaginosos.”

Conclusão: a palavra designa um produto bastante afastado da gastronomia.
Pesquisámos [data original desta pesquisa: 2013]:
For cake made with oil instead of butter, see chiffon cake.
Olive oil cake, alternativa de chiffon cake
[blog de jessyratfink] - pela ilustração, um produto mais voluminoso do que a «torta de aceite» andaluza.


“Olive oil cake is super easy to make and really delicious. You won't even need an electric mixer. It's not too sweet and I've never had a dry one. (…) This particular olive oil cake was made using lemon, but you can also do grapefruit, lime or orange! Any citrus fruit works perfectly with the olive oil. Make sure you use a good quality olive oil - I'm using an extra virgin olive oil from Spain because Spanish olive oil is my favorite.”
versão Orange-Olive oil cake (= bolo de laranja)
David Leite / Nuno Correia, The New Portuguese Table: Exciting Flavors from Europe's Western Coast, New York: Clarkson Potter, 2009.

Conclusão: a identificação cake (português: bolo) não parece adequada por sugerir um aspeto mais fofo e húmido em vez de estaladiço e seco. Há necessidade de uma desambiguação.

Olive Oil Wafer
A tradutora e cozinheira Miriam García, dona do blog Invitado de invierno / The Winter Guest. From my kitchen in Spain traduz “torta de aceite” como “(sweet) olive oil wafer”, o que transmite mais a ideia de leve e estaladiço (crujiente; crispy), essencial para a identidade desta “torta”. Com isto, Miriam segue a opção tomada por Susana em Wild Yeast que, por sua vez, se baseia em La Cocina de Mamá: The Great Home Cooking of Spain (2005) de Penélope Casas. A palavra “wafer” tem a desvantagem de associarmos uma imagem bastante diferente do aspeto da “torta”.
Olive oil sweet cracker
Opção tomada pelo blog taste of beirut, in 2009 (entrada desactivada). Eu diria, “cracker” sugere um estaladiço de maior grossor. Para evitar a conotação de salgado, necessidade de acrescentar o epíteto “doce”.

Sweet Flatbread
De facto, o aspeto é mais “Fladen” (alemão), só muito mais fino e estaladiço. Igualmente, necessidade de tornar a versão doce explícito apelo adjetivo: “sweet flatbread”, Opção escolhida pela empresa Vegajardin que aliás prefere um híbrido de Spanish Olive Oil Torta
Trata-se de uma empresa de exportação de “Spanish Food”, nomeadamente para os EUA, situada em Ciudad Real.
Portanto, a questão da tradução coloca-se a partir do momento da internacionalização de um produto gastronómico que inicialmente só tinha um mercado local, passando para regional e nacional. A internacionaçização sempre está acompanhada pela alteração e diversificação do próprio produto, adaptando-se a contextos culturais diferentes do original, chegando a uma definição transnacional: mantendo a marca de origem da Andaluzia espanhola, mas assumindo a entrada em outras culturas gastronómicas.
A empresa de Inés Rosales, de uma tradição familiar desde 1910 de maior prestígio no campo de “tortas de aceite”, utilizava o conceito de Sweet Olive Oil Biscuit , em francês: Biscuit Sucré
Em alemão, de forma mais extensa: Süßes andalusisches Fladengebäck mit Olivenöl
Revisitando a página de Inés Rosales em inglês, parece-me que a empresa entretanto [data original desta pesquisa: 2013] optou pela denominação híbrida da Vegajardin de Sweet Olive Oil Torta.

A questão terminológica fica por enquanto tão aberta como as novas combinatórias gastronómicas - mexicanas até japonesas - do produto em questão: „ just let your imagination soar!“

Monday, December 24, 2012

Universidades como espaço transcultural

The contributors to the edited volume Hochschule als transkultureller Raum? Kultur, Bildung und Differenz in der Universität (Academia As a Transcultural Space? Culture, Education, and Difference in the University), published by Lucyna Darowska, Thomas Lüttenberg, and Claudia Machold, discuss the meaning and significance of the terms culture, transculture, and education within the sphere of higher education.
The compiled articles, taken together, are supposed to shed light on the extent to which the concept of transculturality adequately accounts for the actual circumstances in institutions of higher education, in practice, on a descriptive level. Also underlying this is the normative question of measures necessary to enable higher education to become a transcultural space. With this essay collection, the editors, coming from political sciences, history, and pedagogics, introduce the concept of transculturality as a suitable objective for higher education in the 21st century that can meet the requirements of the phenomena of migration and internationalization.
Resenha crítica na revista KULT online [em alemão]:
Darowska, Lucyna: Lüttenberg, Thomas; Machold, Claudia: Hochschule als transkultureller Raum? Kultur, Bildung und Differenz in der Universität. Bielefeld: transcript, 2010. 132 S., broschiert, 18,80 Euro. ISBN: 978-3-8376-1375-9

Friday, March 30, 2012

A reinvenção portuguesa do «hamburger»

No início não prestei atenção. Só anteontem, numa coincidência entre uma nova experiência de sabor e a leitura de um blog de vinhos, arte culinária e não só ... da península ibérica que desconhecia fui descobrindo o alcance transcultural dos H3 hamburguers. Podemos chamá-los uma espécie de subversão soft do fast food globalizado por um not so fast food glocalizado.
Gostei da entrada «Where the Ultimate Mouthwatering Hamburgers are Made in Portugal» de Andrea Smith, que já data de abril de 2009, do qual retiro a seguinte citação:

What’s peculiar, from an American standpoint, is that the burgers have no bun! A hamburger without a bun is like Oreos without milk! Somehow, it seems sacreligious. I was informed that this was the traditional way in which the Portuguese made their burgers. Wait, burgers are traditional in Portuguese cuisine?? Apparently, instead of using the typical toppings of cheese, lettuce, tomato, ketchup etc, in many Portuguese homes, families drown their burgers in a rich cream sauce or variation on the egg. Hence, H3 features most of its burgers in the traditional style, including the H3 “Champingon” (mushrooms) and the H3 “Tuga” – a burger smothered in a very dark and rich “Molho a Portuguesa” with whole roasted garlic cloves, bay leaf and a fried egg.



Não deixa de ser curioso que Andrea Smith refere o bun, portanto o típico pão fofinho, como distintivo americano do hamburguer (nome oficial: hamburger sandwich) perante o 'sacrilégio' de comê-lo no prato, sem pão. Uma marca identitária adicional são certamente elementos como fatia de queijo (dando origem ao cheeseburger), alface, tomate e ketchup. But let us check the short definition on h2g2:
"A hamburger is a grilled patty of ground beef served with lettuce, onions and a mountain of french fries." - No bun!
Seguindo a mesma fonte, o hamburger bun foi uma invenção posterior de Walter Anderson, em 1916, que contribuiu decisivamente para a transformação em fast food, com a fundação da cadeia White Castle, em 1921, junto com Edgar Waldo "Billy" Ingram (origem: Wichita, Kansas).
Conforme outros, "the first true hamburger on the bun" foi servido por Oscar Weber Bilby em 1891, o que levou, em 1995, à proclamação de Tulsa como "The Real Birthplace of the Hamburger".

Portanto, sobre a origem do hamburger existem diferentes teorias que remetem para a invenção, mais ou menos casual, no âmbito da génese do  fast food na segunda metade do século XIX (efeito colateral da aceleração da vida sob condições do capitalismo burguês) e, em segundo lugar e nem sempre, para a emigração alemã para os Estados Unidos que também terá dado origem ao hot dog, por inspiração da semelhança com o típico cão alemão Dackel ou Dachshund, que venceu sobre a denominação de origem frankfurter.  
Não há unanimidade sobre o berço do hamburger. Muitas vezes, os 'investigadores' são levados pelo patriotismo local, nomeadamente em terras que precisam de História. A «History of the hamburger in the United States» refere nada menos que cinco fundadores independentes entre 1880 (Fletcher Davis, Texas) e 1895 (Louis Lassen, New Haven, Connecticut), sendo a invenção improvisada do Lunch Wagon deste último - também emigrante alemão - considerada Local Legacy pela Library of Congress: "Hamburgers are served only on white toast, with a choice of onion, tomato or cheese, but no condiments."


A opinião de cada um depende do que se considera essencial para além da carne picada de vaca, no prato ou metido no pãozinho cortado ao meio. Já em 1842, um livro de receitas americano refere o Hamburger Steak, no entanto, só como denominação da preparação da carne picada (us.: ground beef, brit.: minced meat) numa forma achatada e redonda. A filiação com  Rundstück warm, uma invenção reclamada pela gastronomia popular de Hamburgo por volta de 1900, já na combinação de carne (contudo, não necessariamente carne picada) com o Brötchen cortado ao meio e regado com molho, é tão questionável como a foundation narrative dos Irmãos Menches de Hamburg - desta vez uma vila de emigrantes alemães perto de Bufalo no estado de Nova York, em 1885, que levou à criação do slogan NEW YORK’S GIFT TO WORLD CUISINE, THE HAMBURGER.

Até hoje em dia, os Menches Brothers restaurants invocam uma tradição secular do hamburguer autêntico:

History recorded that Frank and Charles Menches ran out of pork for their sausage patty sandwiches at the 1885 Erie County Fair. Their supplier, reluctant to butcher more hogs in the summer heat, suggested they use beef instead. The brothers fried some up, but found it bland. They added coffee, brown sugar, and other ingredients to create a taste that stands distinct without condiments.

Ainda não provei esta versão que me parece muito peculiar. Sem investigar mais, vou deixar esta variação improvisada de hamburgerology heterodoxa, reinventada recentemente em Portugal por H3.

Thursday, March 15, 2012

jerrycans - German cans?

Com as últimas restrições que anunciu o governo de limitar a 10 litros a importação doméstica de combustível da Espanha (sem pagar alfândega), em nome do interesse nacional, a denominação «jerrycan» prolifera pelas páginas dos jornais.
Investigando a procedência desta palavra, ficamos sabendo que se deve tratar de um nickname que os ingleses deram à uma invenção alemã por volta de 1936 que teve a designação militar de Wehrmachtskanister. Ainda hoje em dia persiste na língua alemã a palavra Kanister, neste caso Benzinkanister.

Sobre a história do jerrycan.

Neugebauer – um nome incontornável na história do chocolate brasileiro


Viajando de ônibus, de São Paulo caminho a Campinas, fiquei de repente confrontado com a história do chocolate no Brasil. Numa paragem imprevista à saída da estação de Tietê, um vendedor ambulante entrou, convidando os passageiros à degustação de chocolate. Notei logo que tinham um sabor fabuloso que me lembrava vagamente dos chocolates tradicionais do Sul da Alemanha. Reparei no nome do produto: Neugebauer. Comprei logo 4 saquinhos, por um preço de promoção improvisada  no momento, e perguntei ao  rapaz pela origem do produto. Não sabia responder. Então comecei a investigar pela internet, descobrindo uma história que desconhecia até então por completo. O Brasil, sendo um dos maiores produtores de cacau, só a partir de 17 de Setembro de 1891, portanto há 120 anos, passou a ter uma produção com base na refinação da matéria prima e uma empresa que passou a vender os produtos ao consumidor final: Neugebauer. Passo a citar a história, compilando a informação de fontes várias.

Em 1888, o confeiteiro alemão Franz Neugebauer (não cheguei a descobrir a região de origem dele) chegou a Porto Alegre. Explorando as possibilidades da sua profissão, conversou com as autoridades municipais e percebeu logo o interesse que tinham na implantação de novas indústrias. Foi então que passou a desenvolver planos para fabricar produtos alimentícios. Conseguido o local adequado, um prédio onde antes funcionara uma escola, Franz Neugebauer escreveu aos seus familiares na Alemanha, pedindo ao seu irmão Ernst que se especializasse no ramo da confeitaria e chocolates e viesse para o Brasil, com a finalidade de iniciarem a produção.

Foi assim que Franz e Max Neugebauer, juntamente com o amigo Fritz Gerhardt, fundaram a firma Neugebauer Irmãos & Gerhardt, em 17 de setembro de 1891.

O início das atividades foi de lutas e obstáculos, contudo conseguiram ampliar a produção, principalmente depois da chegada de Ernst ao Brasil, trazendo novas técnicas e aumentando o capital da empresa. Em 1896, com o grande sucesso alcançado, a fábrica expandiu-se e iniciou a construção de mais um prédio e, com a saída de Fritz Gerhardt, mudou a razão social para Neugebauer & Irmãos.
No início do século XX, com o pleno êxito dos negócios, a fábrica já não comportava o aumento das vendas e era preciso crescer mais. Em 1903, adquiriram mais um terreno e deram início  à construção do prédio de dois andares, que por muito tempo foi o maior do bairro Navegantes, em Porto Alegre. Nas novas instalações, ampliaram a área industrial e abriram a primeira loja de produtos:

«Dividida em 10 seções, é a fábrica servida por 2 motores a vapor, que acionam 30 máquinas e 10 caldeiras próprias para a fabricação de confeitos. Além disso, há seções de cartonagem e funilaria, sendo esta última servida por um motor elétrico, que aciona 10 máquinas. O acondicionamento é feito em latas de folha-de-flandres brancas e litografadas, sendo também as caixas de madeira confeccionadas na própria fábrica. Nas suas máquinas a vapor, são empregados como combustível o carvão nacional e a lenha.
Há cerca de 2.000 tipos de dragées, caramelos, pastilhas, bombons finos, chocolate e biscoitos, diversamente coloridos e capazes de satisfazer aos mais finos paladares. A matéria-prima empregada é nacional e de primeira qualidade, o que redunda no crescente aumento dos créditos da fábrica. Preside às operações preparatórias o mais meticuloso asseio e pode-se observar que o pessoal de ambos os sexos em trabalho nas diferentes seções é robusto e sadio.
Houve grandes dificuldades a vencer ao princípio; ma a perseverança no trabalho e a superioridade dos produtos acabaram por vencer todas as resistências. As confecções desta fábrica rivalizam com as melhores do estrangeiro. As relações comerciais da firma se estendem de Mato Grosso até o Amazonas, para o que ela dispõe atualmente de 16 representantes e caixeiros-viajantes.
No próprio estabelecimento à Avenida Germânia, 49, trabalham atualmente 150 operários, em sua grande maioria mulheres. Um depósito com venda a varejo, à Rua dos Andradas, 342, é dirigido por senhoras. O escritório da fábrica remontou-se à Praça 15 de Novembro, 30. A fábrica foi premiada com grandes prêmios, medalhas de ouro e prata em exposições do estado do Rio Grande do Sul, dos Estados Unidos, de Milão e ultimamente na Exposição do Rio de Janeiro, com grande prêmio e diversas medalhas de ouro



Fonte: página 817 de Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulálio e o historiador londrino Arnold Wright.


Com o sucesso alcançado, os irmãos Neugebauer triunfaram com a sua fábrica, hoje a mais tradicional indústria de chocolates do país. Mantem-se até hoje o nome


Mantiveram controle sobre a indústria até 1982, quando a venderam para o Grupo Fenícia. No entanto, não na sua totalidade: um neto do pioneiro, Ernesto Harald Neugebauer, fundou , no mesmo ano de 1982, a empresa Harald que se tornou até à data a maior empresa brasileira no segmento de chocolates industriais (hoje dirigido pelo filho Ernesto Ary Neugebauer).


Veja a reportagem recente de Fátima Costa (2011), “O doce sabor”,  Dinheiro Rural, nº 86, (Dezembro de 2011)
http://www.terra.com.br/revistadinheirorural/edicoes/86/artigo243710-1.htm


Voltando à história da empresa Neugebauer,  esta passou em 1998 para a Parmalat que a  manteve nos seus ativos só até setembro de 2002, quando a empresa foi adquirida pela Florestal Alimentos, de Lajeado, Rio Grande do Sul, sendo vendida novamente em dezembro de 2009 para a Vonpar Alimentos, outra empresa do Rio Grande do Sul de tradição familiar alemã ou suíça (família Vontobel, 1945: Johann Jakob Vontobel), e ultrapassou assim as fronteiras do território brasileiro. Atualmente exporta bombons bola, bombons sortidos, tabletes, barras e confeitos para a África do Sul, México, Costa Rica, Omã, Jamaica, Ghana, Panamá, República Dominicana, Equador, Israel, Ilhas Fiji e Nova Zelândia, entre outros.

Entre os seus produtos, reconhecidos pelo consumidor, destacam-se a barra de chocolate Preto e Branco, a primeira do país fabricada com duas camadas, o bombom Amor Carioca, os confeitos Bib’s,  as tabletes Refeição e Stikadinho, além da caixa de bombons sortidos Lembranças, da nova versão do bombom Noite de Gala e do relançamento do apreciado bombom Love Me.


No entanto, estou quase convencido que os chocolates Neugebauer que tive o prazer de degustar no  ônibus que saía de São Paulo ainda eram da produção artesanal original que tenha permanecido nalgum lado escondida (não vi a data de validade, mas ainda continuo vivo).



Agradeço a leitura crítica da mestranda Ana Patrícia Castro (Mestrado de Tradução e Comunicação Multilingue)

Sunday, December 26, 2010

Ciências Transculturais de Saúde


Sim, é verdade, existe. Há um instituto na Europa-Universität Viadrina, em Frankfurt / Oder, que se chama «Institut für Transkulturelle Gesundheitswissenschaften» (IntraG). Estou ansioso por conhecê-lo na minha docência Erasmus em Janeiro de 2010. Um dos fundadores deste instituto é Prof. Hartmut Schröder, um dos nossos parceiros que já esteve na Universidade do Minho. Espero que haja a possibilidade de futuras cooperações.

Os viajantes e os museus


A importância dos relatos de viagem a Portugal para a história do património cultural é destacada pela publicação recente de João Carlos Brigola, actual director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC).

Há uma referência interessante ao Mosteiro de Tibães, no relato do inglês Henry John Herbert que, em 1827-29, veio encontrar dois quadros supostamente atribuídos a Rubens. Não se sabe mais nada deles, o registo deles ter-se-á perdido com o encerramento do mosteiro por volta de 1830, na sequência da revolução liberal.


João Carlos Brigola, Os viajantes e o «livro dos museus». Colecções portuguesas através do olhar dos viajantes estrangeiros (1700-1900), Porto: Dafne Editora.
Sérgio C. Andrade, "Os museus portugueses vistos do estrangeiro", Público, 9. Dez. 2010.